quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Mais da metade das turmas abertas para zerar déficit de vagas no ensino médio são noturnas

Mais da metade das turmas abertas para zerar déficit de vagas no ensino médio são noturnas









Mais da metade (57%) das turmas disponibilizadas pela Secretaria estadual de Educação (Seeduc) para zerar a fila de jovens sem vaga no ensino médio na cidade do Rio são de ensino noturno. A lista produzida pela pasta, na última sexta-feira, apresenta quase 200 escolas nas quais as matrículas estão disponíveis para sete mil estudantes. No total, há 459 turmas, sendo 263 são noturnas e 196 diurnas. Isso significa que parte dos estudantes serão obrigados a estudar no período noturno.

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A situação piora no 1º ano. Há apenas 66 turmas abertas e, destas, 25 são diurnas. Isso significa que alguns alunos seguem sem boas opções para estudar. Nilza Nunes, de 37 anos, mora em Vista Alegre. O colégio mais próximo é o Professor José de Souza Marques, em Brás de Pina. A filha de Nilza, Lara, de 15 anos, está em terceiro na fila de espera. A opção mais próxima das turmas divulgadas é em Acari a cinco quilômetros de distância.

— Na primeira fase, mandaram para uma escola no Largo do Machado. Depois, em um colégio que tem uma boca de fumo na porta. Eu optei por não colocar ela lá. Só tem escola longe daqui de onde eu moro — conta Nilza, que aguarda a fila de espera: — Ela não tem costume de andar sozinha pela cidade. E nunca que vou colocar minha filha para estudar a noite. Se a fila não andar, vou buscar a Defensoria Pública.

Segundo o secretário estadual de Educação, Pedro Fernandes, o déficit de vagas diurnas na cidade é um problema antigo.

— O ensino noturno tem que ser opcional. Se o aluno quiser, ele pode estudar de noite. Não é o que acontece hoje. A gente empurra os nossos jovens de 14, 15 anos para a noite porque não tem onde colocar de dia. Vou tentar resolver esse problema para este ano ainda, mesmo que para isso precise comprar vagas na rede privada — afirmou o secretário, na última semana.Entre as turmas de ensino médio oferecidas durante o dia, há 133 de tarde, 44 de manhã e 19 integrais. O bairro de Campo Grande tem o maior número de turmas abertas: 33. A lista de escolas com vagas ainda têm unidades disponibilizando Educação de Jovens e Adultos e cursos técnico de administração com ênfase em empreendedorismo.

Pedro Fernandes afirmou, no começo da semana passada, em entrevista à TV Globo, que o estado teria 20 mil alunos fora da escola por conta da falta de escolas — uma herança, segundo ele, de gestões passadas. No mesmo dia, ele voltou atrás e afirmou que buscaria vaga para todos os jovens na fila. Hoje, este número caiu para 7 mil depois que o secretário encontrou salas e turnos ociosos na rede.

A antiga administração fechou, em três anos, 312 turmas só na cidade do Rio. No estado, são 1.147 turmas fechadas em três anos — sendo 661 diurnas. A quantidade de alunos também diminuiu, mas numa proporção bem menor. Enquanto o número de turmas foi reduzido em 7,5%, o de estudantes caiu 3,3%. Isso significa que a média de alunos por turma cresceu levemente, passando de 29,1 para 30,5 no turno diurno e de 28,5 para 29,2 no noturno.

A Secretaria estadual de Educação informou que criou uma força-tarefa para conseguir matricular todos os alunos da fila de espera. Em nota, afirmou que a estratégia foi “priorizar a abertura de todas as turmas possíveis em unidades que tenham vagas ociosas e possibilidade de receber novos alunos”.
fonte: https://extra.globo.com/noticias/educacao/

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