sábado, 16 de março de 2019

Bullying deve ser enfrentado por familiares e educadores

Bullying deve ser enfrentado por familiares e educadores







A informação de que pelo menos um dos autores do massacre em Suzano sofria bullying em intensidade tão forte que o fez abandonar os estudos sublinha a urgência de pais e educadores reforçarem prevenção e prestar assistência a vítimas de humilhação.   — Bullying sempre existiu em escolas do mundo inteiro, mas atualmente se agravou muito em razão do cyberbullying (assédio cometido nas redes sociais) e da perda gradativa da comunicação dos jovens com seus pais —afirma Luciane Manfro, coordenadora da Comissão de Prevenção a Acidentes e Violência Escolar (Cipave), ação desenvolvida pela Secretaria Estadual da Educação.

O projeto reúne pais, alunos, corpo diretivo, professores e funcionários da escola para prevenir e buscar soluções para casos de bullying que sejam identificados. Em muitos casos, é solicitado apoio da ONGs da comunidade para interceder em situações de violência ou humilhação. Nos últimos três anos, os casos registrados anualmente no programa caíram de 5 mil para 1.980 – ainda que o número de instituições participantes tenha crescido, e esteja hoje na casa de 3 mil.   Em escolas privadas, o tema também ganha relevância. O Colégio Farroupilha atualizou recentemente seu código de convivência e estabeleceu ações sistemáticas para prevenir o bullying. Pelo menos três vezes por ano, as turmas são reunidas em assembleias para discutir a convivência e, eventualmente, falar de pontos que incomodem estudantes. Com frequência, os alunos são convidados para palestras ou bate-papo com psicólogos ou especialistas em redes sociais, para falar sobre possíveis efeitos agressivos do comportamento nas redes.  —Da Educação Infantil ao Ensino Médio, a escola está sempre atenta aos sinais de bullying —explica Greicy Araújo, psicóloga educacional do Farroupilha.  O tema desperta tal preocupação entre educadores que levou o governo federal a incluir no ano passado artigos em referência às competências socioemocionais na Base Nacional Curricular Comum. Naime Pigatto, assessora pedagógica e de legislação educacional do Sindicato do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinepe), explica que o tema entrou na agenda das escolas, mas precisa também ser combatido na origem:  – Geralmente, recai sobre a escola resolver casos de bullying, mas não se pode ignorar que muitas vezes são consequência de comportamentos cultivados no ambiente familiar, no uso de tecnologia e nas redes sociais.  Por isso, pais têm papel crucial ao identificar sinais de que os filhos estejam cometendo ou sendo vítimas de bullying. A psicóloga Déborah Brandão, mestre em Psicologia Clínica e pesquisadora na área de bulling e ciberbullying na adolescência na PUCRS, aponta alguns sinais de que crianças e adolescentes possam precisar de ajuda imediata:  — Mudança de humor, isolamento, agressividade, perda ou ganho repentino de peso podem ser indícios de que a criança está sofrendo com alguma situação entre os amigos ou, principalmente, na escola. É preciso que os pais conversem para entender o que está acontecendo, e, quando preciso, que busquem apoio de especialistas.
fonte: https://gauchazh.clicrbs.com.br/comportamento/noticia/2019/03/bullying-deve-ser-enfrentado-por-familiares-e-educadores-cjt95pyay01wt01k0usp9y9pa.html

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